A nossa visão sobre o envelhecimento é repleta de preconceitos tão enraizados que nem nos damos conta do quão cruel estamos sendo com a gente mesmo, afinal (se não morrermos antes) ficaremos todos velhos. Esta foi a primeira de muitas provocações do curso de extensão intitulado Fragilidades na Velhice: Gerontologia Social e Atendimento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), coordenado pela professora Beltrina Côrte. Eu, como publicitária, fiquei curiosa em explorar este assunto na área do marketing, entender se quem produz as campanhas publicitárias que envolvem de alguma forma o público velho tem clareza de estar representando este público de forma justa e real.

Entendi que uma boa forma seria uma pesquisa com profissionais de marketing que tiveram desafios voltados para a velhice. Essa experiência foi inspiradora, as conversas caminharam não só para a reflexão de que sim existe um tabu sobre o envelhecimento em todas as suas nuances, medo da saúde debilitar, do mercado de trabalho ficar restrito, da beleza não ser mais a mesma, mas acima de tudo que existe uma potência de vida enorme a ser explorada e que ainda não tem forma, é um convite para uma nova geração reinventar a velhice.

“Nós envelhecemos como vivemos”, outro forte chacoalhão durante o curso que me deu coragem para investigar os meus próprios medos da velhice, conversei horas com os meus avós, ambos com mais de 85 anos, para descobrir duas coisas importantes: a vida precisa de sentido, um propósito, e ele muda ao longo da vida, mas ele precisa estar lá! E que o meu avô quer ser cremado e suas cinzas jogadas no rio (ele nunca tinha falado sobre morte, muito menos de como queria seu funeral) mas ele finalizou:

nem pense em abrir a urna no caminho, vai que passa um vento e cai tudo na estrada! Não quero ficar na estrada não! – e gargalhou. 

Essa jornada para compreender envelhecimento me permitiu olhar todo o meu futuro de outra forma, o filme que produzi como trabalho final, abaixo, é um pedacinho desta transformação do envelhecer melhor, tema que eu estou perdidamente apaixonada, absolutamente grata por poder vislumbrar e se possível contribuir para uma velhice mais divertida para todos!

Desejo a todos uma boa velhice!

PUBLICADO POR

Gostou? Compartilhe esse conteúdo

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp

Deixe seu comentário!

Assine para receber nossas novidades e agenda completa

Rolar para cima
Rolar para cima